10 de ago. de 2011

Coisas que eu NÃO sei

por Fabi Prado


Eu não sei abrir um presente, NÃO gostar dele e fingir que gostei... Esqueça. Eu não sei falar que gostei de algo se não tiver realmente gostado. Isso é um problema sério na minha vida. E ser super-sincera nem sempre é legal.

Eu não sei tratar bem uma pessoa quando estou com vontade de matá-la... não espere falsidade de mim.

Eu não sei me fazer de desentendida quando a indireta me serve...

Eu não sei por que as pessoas insistem em achar que dinheiro é capaz de comprar a felicidade. Aliás, eu não sei por que todo mundo acha que “o dinheiro pode tudo”. Como alguém pode se enganar tanto assim...

Eu não sei viver a minha vida do meu jeito e deixar a opinião alheia de lado.

Eu não sei por que todo final de novela o mocinho se dá ainda melhor, o bandido sempre se dá mal e o personagem mais ou menos acaba “mais ou menos”... Na vida não é assim sempre. Aliás, quase nunca... Depois dizem que a vida imita a arte. Não concordo não...

Eu não sei quando é que voltarão a haver cantoras que cantam ao invés de gritar... Uma das poucas que não gritava morreu há alguns dias.

Eu não consigo olhar para um cão e não achá-lo lindo... Aliás, prefiro os cães aos seres humanos e já faz algum tempo que mudei meu gosto. “Os seres humanos me assombram”, já dizia a voz da “morte” do livro “A menina que roubava livros”.

Eu não sei por que dizem que o tempo cura todas as feridas. É o amor e não o tempo que opera isso.

Eu não sei ver final de filmes tristes sem chorar... Aliás, se eu assistir o mesmo filme triste 10 vezes, eu vou chorar as 10 vezes no final.

Eu não sei ter paciência no trânsito de Bauru e não tente fazer-me ter que fico ainda mais enfurecida...

Eu não sei perdoar e esquecer e não tente me convencer disso que as coisas ficarão ainda piores.

Eu não sei ouvir música sem cantarolar junto se eu souber a letra.

Eu não sei comer pouco, não sei ser mal humorada, não sei ser equilibrada, não sei opinar sem me meter, não sei ficar sem o Raphael e sem Coca-Cola, não sei ficar sem meus amigos e sem os meus pais, eu não sei ficar sem o meu avô e sem a “minha gordinha”* (mas estou tentando bravamente porque sei que eles não vão voltar), eu não sei odiar... Eu não sei tanta coisa...

Mas um dia eu sei que eu aprendo.

Amigos, findo-me por aqui. Aquele abraço e até a semana que vem se Deus quiser.


*Minha gordinha – Minha cachorrinha de 17 anos que morreu há 3 meses.

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