25 de abr. de 2012

11 dias que mudaram o mundo

por Fabi Prado


Invenção da luz elétrica – 21 de outubro de 1879 por Thomas Edison.
- Fala sério, mas fala muito sério: O que seria do mundo sem a energia elétrica? Você já parou pra pensar nisso? Não! Mas deveria porque é simplesmente inimaginável nos dias atuais vivermos sem a tão maravilhosa “luz elétrica”.

Invenção do automóvel – Algum dia do ano de 1769 por Nicolas Cugnot.
- Honestamente, alguém consegue imaginar a cidade onde mora sem carro, ônibus, moto, caminhonete ou algo do tipo? Eu não consigo e nem pretendo conseguir imaginar isso. Já pensou você morar em São Paulo e ir da sua casa na Zona Norte até a casa da sua avó que fica lá na Zona Sul a pé ou de bicicleta?

Invenção do avião – 13 de maio de 1906 por Santos Dumont/Irmãos Wright*
- Eu não gosto de voar e tenho medo de avião, mas definitivamente não dá pra viver sem ele. As facilidades oferecidas pelas aeronaves em geral nos acomodaram de tal maneira que fica praticamente nula a chance de não usarmos essa praticidade contemporânea.

Naufrágio do Titanic – 15 de abril de 1912.
- Ao ouvir o nome Titanic me remete ao filme, mais precisamente a cena onde Rose e Jack estão dentro daquela “ximbica” fazendo amor e ela bate com a mão no vidro embaçado do carro. Uma das tragédias mais lamentáveis de todos os tempos, principalmente porque foi uma tragédia que poderia ter sido evitada, não fosse à negligência de alguns dos membros da tripulação e dos criadores do transatlântico.

1ª guerra mundial – Dia de início: 28 de julho de 1914.
- Dispensa maiores comentários. Acredita-se em cerca de 11 milhões de mortos entre civis e militares. Quantos deles poderiam ter sido poupados não fosse à eterna gana do homem em vencer, em ter poder, em ter “status”? Só perdeu em número de mortos para a 2ª Guerra onde estima-se cerca de 60 milhões deles.

2ª guerra mundial – Dia de início: 01 de setembro de 1939.
- Dispensa maiores comentários também, principalmente porque nada menos que 6 milhões de judeus foram exterminados sem N-E-N-H-U-M-A razão nos campos de concentração, fora tantos outros milhões de pessoas (soviéticos, iugoslavos, poloneses, entre outros) que perderam suas vidas bestamente e também porque quando a guerra já tinha praticamente acabado, no dia 06 de agosto de 1945, a cidade de Hiroshima no Japão foi cruelmente atingida por uma bomba atômica e no dia 09 de agosto de 1945, outra cidade japonesa, agora Nagasaki, também padeceu do mesmo mal. Em Hiroshima, pra termos uma idéia, contabilizam-se entre mortos e feridos aproximadamente 250 mil pessoas. Pra que isso? Ah, já sei: pra fechar a guerra com “chave de ouro”. MALDITOOOOOSSSSS!

A invenção da internet – Algum dia do ano de 1969.
- Criada nos Estados Unidos em 1969 com o nome de ARPANET, a rede servia apenas para divulgar dados do governo norte-americano, uma vez que espalhados por vários servidores ficariam menos sujeitos a perda. A potencialização do uso deu-se principalmente na época da Guerra Fria. E foi assim que tudo começou... E viver sem a internet hoje, alguém se habilita?

Acidente nuclear de Tchernobyl - Ucrânia – 26 de abril de 1986.
- Em 26 de abril de 1986 ocorreu o acidente nuclear de Tchernobyl. Um reator da central apresentou problemas técnicos e liberou uma imensa nuvem radioativa contaminando pessoas, animais e o meio ambiente numa vasta extensão territorial de cerca de 3.100 km. Ironicamente, o acidente se deu durante o teste de um mecanismo de segurança que garantiria a produção de energia em caso de acidentes. As pessoas foram alertadas apenas 30 horas depois do acidente. Até então, tudo havia sido mantido em segredo. Apenas 5 trabalhadores da usina sobreviveram ao acidente. O acidente de Tchernobyl teve 400 vezes mais radiação do que a bomba atômica de Hiroshima. Um relatório da Organização das Nações Unidas de 2005 atribuiu 56 mortes até aquela data – 47 trabalhadores acidentados e nove crianças com câncer da tireóide – e estimou que cerca de 4.000 pessoas morrerão de doenças relacionadas com o acidente até 2020. Vários órgãos, como o Greenpeace, por exemplo, contestam esses números. E eu sinceramente também contesto. A radiação liberada nesse acidente continuará a matar muita gente por muito tempo. A magnitude desse acidente J-A-M-A-I-S foi e jamais será revelada.

Tsunami no Oceano Índico (Ásia) – 26 de dezembro de 2004 – 285 mil mortos.
- Pensem que simplesmente o número de mortos corresponde a uma cidade um pouco menor que Bauru. Não dá pra calcular, é gente demais, fora os animais, as plantas, as construções, tudo mais o que foi destruído. Famílias inteiras foram disseminadas. O cenário de destruição até hoje se perdura, pois esbarra em má vontade e na corrupção (boa parte do dinheiro enviado por outros países foi desviado). Não bastando à ira da natureza que se personificou nessa tragédia, ainda lidar com o “bicho-homem” fazendo mau uso dos recursos para reerguer a região atingida é “o fim da picada”, como diria minha vózinha (que Deus a tenha!).

Atentado de 11 de setembro de 2001 – 2.996 mortos.
- A cena real mais horrível que os meus olhos já viram. Simplesmente isso. Liguei a TV e achei que era um filme de tão “surreal” que parecia. E não há o que justifique aquilo, ao contrário do que alguns povos do oriente acreditam.

Amigos, findo-me por aqui. Aquele abraço e até a semana que vem, se Deus quiser.


* Existem linhas de pensamento diferenciadas sobre o assunto e cada uma delas confere a invenção do avião a um deles.

Ih, Falei!

24 de abr. de 2012

Criando um monstro

por Marco Nascimento

O texto abaixo não foi escrito por mim, mas eu concordo com tudo o que ele diz, por isso resolvi reproduzir aqui. Eu sei que é um pouco longo, talvez longo demais para um blog, mas tenha certeza, vale a pena muito ler.

Então para quem estiver afim, leia...

 
por Maria Isabel Alves

O que pode criar um monstro?

O que leva um rapaz de 22 anos a estragar a própria vida e a vida de outras duas jovens por… Nada?

Será que é índole? Talvez, a mídia? A influência da televisão? A situação social da violência? Traumas? Raiva contida? Deficiência social ou mental? Permissividade da sociedade?

O que faz alguém achar que pode comprar armas de fogo, entrar na casa de uma família, fazer reféns, assustar e desalojar vizinhos, ocupar a polícia por mais de 100 horas e atirar em duas pessoas inocentes? O rapaz deu a resposta: ‘ela não quis falar comigo’ (O caso Eloá).

A garota disse não, não quero mais falar com você. E o garoto, dizendo que ama, não aceitou um não. Seu desejo era mais importante. Não quero ser mais um desses psicólogos de araque que infestam os programas vespertinos de televisão, que explicam tudo de maneira muito simplista e falam descontextualizadamente sobre a vida dos outros sem serem chamados.

Mas ontem, enquanto não conseguia dormir pensando nesse absurdo todo, pensei que o não da menina Eloá foi o único. Faltaram muitos outros nãos nessa história toda.

Faltou um pai e uma mãe dizerem que a filha de 12 anos NÃO podia namorar um rapaz de 19. Faltou uma outra mãe dizer que NÃO iria sucumbir ao medo e ir lá tirar o filho do tal apartamento a puxões de orelha. Faltaram outros pais dizerem que NÃO iriam atender ao pedido de um policial maluco de deixar a filha voltar para o cativeiro de onde, com sorte, já tinha escapado com vida. Faltou a polícia dizer NÃO ao próprio planejamento errôneo de mandar a garota de volta pra lá. Faltou o governo dizer NÃO ao sensacionalismo da imprensa em torno do caso, que permitiu que o tal sequestrador conversasse e chorasse compulsivamente em todos os programas de TV que o procuraram.

Simples assim. NÃO.

Pelo jeito, a única que disse não nessa história foi punida com uma bala na cabeça.

O mundo está carente de nãos.

Vejo que cada vez mais os pais e professores morrem de medo de dizer não às crianças. Mulheres ainda têm medo de dizer não aos maridos (e alguns maridos, temem dizer não às esposas). Pessoas têm medo de dizer não aos amigos. Noras que não conseguem dizer não às sogras. Chefes que não dizem não aos subordinados. Gente que não consegue dizer não aos próprios desejos.

E assim são criados alguns monstros. Talvez alguns não cheguem a sequestrar pessoas. Mas têm pequenos surtos quando escutam um não, seja do guarda de trânsito, do chefe, do professor, da namorada, do gerente do banco. Essas pessoas acabam crendo que abusar é normal. E é legal.

Os pais dizem, ‘não posso traumatizar meu filho’. E não é raro eu ver alguns tomando tapas de bebês com 1 ou 2 anos. Outros gastam o que não têm em brinquedos todos os dias e festas de aniversário faraônicas para suas crias. Sem falar nos adolescentes.

Hoje em dia é difícil ouvir alguém dizer:

– Não, você não pode bater no seu amiguinho.

- Não, você não vai assistir a uma novela feita para adultos.

- Não, você não vai fumar maconha enquanto for contra a lei.

- Não, você não vai passar a madrugada na rua.

- Não, você não vai dirigir sem carteira de habilitação.

- Não, você não vai beber uma cervejinha enquanto não fizer 18 anos.

- Não, essas pessoas não são companhias pra você.

- Não, hoje você não vai ganhar brinquedo ou comer salgadinho e chocolate.

- Não, aqui não é lugar para você ficar.

- Não, você não vai faltar na escola sem estar doente.

- Não, essa conversa não é pra você se meter.

- Não, com isto você não vai brincar.

- Não, hoje você está de castigo e não vai brincar no parque.

Crianças e adolescentes que crescem sem ouvir bons, justos e firmes NÃOS, crescem sem saber que o mundo não é só deles. E aí, no primeiro não que a vida dá (e a vida dá muitos) surtam. Usam drogas. Compram armas. Batem em professores. Furam o pneu do carro do chefe. Chutam mendigos e prostitutas na rua. E daí por diante.

Não estou defendendo a volta da educação rígida e sem diálogo, pelo contrário. Acredito piamente que crianças e adolescentes tratados com um amor real, sem culpa, tranquilo e livre, conseguem perfeitamente entender uma sanção do pai ou da mãe, um tapa, um castigo, um não. Intuem que o amor dos adultos pelas crianças não é só prazer – é também responsabilidade.

E quem ouve uns nãos de vez em quando, também aprende a dizê-los quando é preciso. Acaba aprendendo que é importante dizer não a algumas pessoas que tentam abusar de nós de diversas maneiras, com respeito e firmeza, mesmo que sejam pessoas que nos amem. O não protege, ensina e prepara.

Por mais que seja difícil, eu tento dizer não aos seres humanos que cruzam o meu caminho quando acredito que é hora – e tento respeitar também os nãos que recebo. Nem sempre consigo, mas tento.

Acredito que é aí que está a verdadeira prova de amor. E é também aí que está a solução para a violência cada vez mais desmedida e absurda dos nossos dias.


Em tempo: Maria Isabel Alves é professora e psicóloga do Centro de Apoio e Defesa da Cidadania - RJ

Ih, Falei!

18 de abr. de 2012

Choques religiosos

por Fabi Prado


Definitivamente eu não consigo entender certas religiões. Aliás, não consigo entender certos “fiéis”.

Não me refiro os católicos, nem a evangélicos, nem a umbandistas, nem a maçons, nem a seguidores de seitas diversas. Refiro-me a todos os religiosos ou praticantes de seitas em geral.

Como é possível alguém criticar a religião do outro?

Infelizmente tenho em minha família alguns primos que são da religião Y e freqüentam a igreja X e que vivem criticando as outras demais religiões. Pra mim é difícil de engolir essa postura. Até saio de perto quando o assunto entra na pauta.

Acho que religião ou crença, ou seja, lá o que for que se segue não deve ser questionado. Cada um tem a sua opinião, as suas verdades, as suas crenças, o seu porto seguro e isso não deve ser posto em cheque.

Diferente do cara que amarra três quilos do mais poderoso explosivo no corpo e explode-se dentro de um restaurante lotado dizendo que “o faz em nome de Alá” e mata com isso dezenas de pessoas. Isso é de fato repugnante. Já que é em nome de Alá, que se mate sozinho, não leve várias almas inocentes junto. Isso é de repudiar-se.

Agora, fora isso se o cara acredita em Preto Velho ou se ele acredita em bruxas ou se ele crê que Jesus virá para arrebatar apenas os que seguirem a Sua lei ou se ele acredita em Pai, Filho e Espírito Santo ou se ele freqüenta uma igreja que esfola o fiel de tanto pedir “dizimo” ou se ele não acredita em nada, qual é o problema nisso? Cabe a cada um decidir no que acreditar.

Questionar ou pior ainda CRITICAR a religião alheia é repulsivo, em pleno século XXI é inadmissível tal postura, é de dar nojo. Acho que o princípio básico de qualquer relação é o respeito e sem ele, nada sobrevive com sucesso por muito tempo.

Se alguma religião ou crença prega que os seus fiéis devem deixar respeitar a crença do outro é o primeiro sintoma de que, aquela religião ou crença que aquela pessoa segue está parada no tempo porque se tal religião ou crença critica outra é porque não sabe o que é o respeito e se não sabe o que significa essa palavra tão importante, definitivamente não pode ser saudável.

Se eu sou corintiana e o meu vizinho é palmeirense; se o meu pai é espírita e meu irmão é católico; se a minha tia é Petista e o meu primo é Tucano; se meu sogro é heterossexual e minha amiga é homossexual... Simplesmente são escolhas que não cabem questionamentos, não cabem críticas, não cabem julgamentos. Cada um sabe o que é melhor pra si, cada um sabe aquilo que se identifica, aquilo que mais lhe atrai e se, em algum momento, o fulano optar pela escolha errada, pagará posteriormente por isso e pagará geralmente sozinho. Então, se o outro pagará por suas escolhas, porque a gente questiona tanto? Não nos diz respeito, simples assim.

Se o cara cultua o “capeta”, o problema é dele. Se ele crê nisso, o que eu tenho a ver com isso? Eu creio em Deus oras e tem gente que me acha errada. Um ateu, por exemplo, acha que todos que crêem em Deus perdem o seu tempo porque pra ele Deus não existe. Geralmente ateus são *darwinistas. Sim, que pensem assim, que pensem que Deus não existe, mas que guardem para si e que respeite aqueles que crêem. O incomodo começa a partir do momento que existe a condenação e o questionamento do “porquê” o outro optar por tal escolha. E geralmente quem faz isso, faz achando-se o “bonzão”... Pra mim não passa de um pobre coitado que é de uma pobreza espiritual assustadora.

Não podemos condenar alguém porque crê nisso ou naquilo, porque gosta disso e não daquilo. Agora, de fato, o choque religioso é o que mais me incomoda. Não gosto quando as pessoas questionam o time de futebol que eu torço, não gosto quando questionam o meu gosto musical, não gosto quando julgam-me por eu ter duas tatuagens no corpo, não gosto quando questionam o meu gosto pelo lado esquerdista na política, mas nada me irrita mais do que questionarem as minhas crenças religiosas.

E sabe por que me irrita tanto? Porque eu não questiono a escolha de ninguém, eu não critico a escolha de ninguém e eu não abomino a crença de ninguém. Se o fulano é feliz assim, que seja. Quem sou eu pra questionar?

Se Jesus ainda vai vir, se Jesus já veio, morreu, ressuscitou e está entre nós, se Jesus não existe, cada um que acredite naquilo que quer, naquilo que lhe é mais conveniente, naquilo que lhe parece mais verdadeiro. Pra que exaltar a sua crença e marginalizar a crença do outro? Ninguém é mais que ninguém. Todos somos feitos do mesmo material perecível.

Ter as suas escolhas como verdades absolutas e “meter o pau” nas escolhas alheias é muito egocentrismo e se Deus realmente existe, Ele deve assistir a tudo isso sentindo pena da raça humana porque ver o homem se engalfinhar por algo tão pequeno, é digno de mais elevada pena.

Voltando a citar esses meus primos que são de uma determinada igreja, eles falam que “o nosso Deus é maior e mais poderoso, o Deus dos fulanos (outra religião) é fraco, não tem a força que o nosso Deus tem”. Piada né?

Quem somos nós pra julgar o que é bom pros outros? Nem por nós mesmos muitas vezes fazemos o que é melhor...

Amigos, findo-me por aqui. Aquele abraço e até a semana que vem, se Deus quiser.


*Darwinista – Indivíduo que acredita na teoria evolutiva, teoria esta que põe em questionamento a existência de Deus, propondo que o homem provém da evolução das espécies, não tendo assim sido criado por Deus. A teoria Charles Darwin propõe, em resumo, que, na luta pela sobrevivência, os indivíduos portadores de variações (características) adaptativas às condições ambientais levam vantagem competitiva sobre os indivíduos que não as possuem. Os adaptados deixam mais descendentes, e os não adaptados são eliminados.

Ih, Falei!

17 de abr. de 2012

Recomeçar

por Marco Nascimento Carlos Drummond de Andrade


Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo,
é renovar as esperanças na vida,
e o mais importante, acreditar em você de novo.

Ih, Falei!

11 de abr. de 2012

Meta, foco e drogas afins

por Fabi Prado


Sempre que alguém me pergunta quando eu comecei a trabalhar, espanta-se com a resposta: com 14 anos. Exatamente. Minha mãe e uma prima dela tinham uma pequena confecção de camisas masculinas. Na época o que bombava eram as camisas modelo “Raimundo Flamel”, que era o personagem protagonista da novela Fera Ferida, vivido por ninguém menos que o perfeito Edson Celulari. Lembro-me como se fosse hoje. Eu fazia o “carreto” das camisas e sempre na volta elas pediam que eu passasse em algum armarinho comprar botões ou linhas. E me davam lá um troquinho aqui, outro ali.

Aos 15 anos eu já tinha o meu primeiro registro em carteira. Trabalhei como auxiliar de biblioteca em uma universidade aqui de Bauru. Tempo bom, diversão, aprendizado enorme. Guardo grandes amigos e experiências daquela época, sem falar na grande contribuição para o meu crescimento pessoal e profissional.

Em seguida vieram mais 4 empregos.

Por Deus sempre tive alguma sorte. Eu sempre fui muito querida por onde passei, nunca quis guardar o conhecimento pra mim, sempre passava adiante o que eu sabia, jamais tive medo de ser passada pra trás por algum colega de trabalho “traíra” e sempre desempenhei o meu trabalho da melhor forma possível, mesmo quando havia adversidades (e houve várias).

Apesar de nunca fugir do batente, com o tempo o mundo profissional moderno começou a me incomodar. A briga por bater metas (absurdas quase sempre), foco, direcionamento, concentração, criatividade, constante mudança, 9, 10 horas de trabalho escravo diário e corrida desmedida pelo primeiro lugar começaram a me fazer perder a vontade de crescimento, visto que com a competição cada vez mais acirrada, fica cada dia mais impossível ser o profissional que o mercado espera.

O mercado quer um cara que não tem família, que não tem amigos; quer um cara que estudou no melhor colégio e depois na melhor faculdade; quer um cara que fale inglês, espanhol, italiano e francês; quer um cara que pode entrar às 7 da manhã e sair às 20 ou 21 horas e que nem sempre pode fazer horário de almoço, mas não quer pagar o quanto esse funcionário vale; quer um cara que não precisa ir a médico, a dentista; quer um cara que não precisa de lazer, de diversão, de descanso.

Pra mim, não dava mais pra suportar isso. Mesmo com toda a minha experiência, acabei mudando os ares. Comecei então a procurar algo que me satisfizesse sem pressão por metas batidas ou sem controle de onde estaria o meu foco ou sem cobranças sobre a minha falta de criatividade (nem sempre estamos inspirados).

Queria algo que me desse o direito a sair no horário ou que me desse o direito a receber minhas horas extras quando eu as fizesse, um lugar que não tivesse o tal do “banco de horas” que é uma maldição corporativa da pior espécie, um lugar que me respeitasse, que entendesse que eu preciso ir ao médico e ao dentista sem ameaçar de me mandar embora por causa disso, um lugar que entendesse que eu preciso de vez em quando entrar mais tarde pra poder resolver algum probleminha pessoal sem ter que ficar aguentando chefe de cara feia por conta disso, um lugar que me remunerasse dignamente, que oferecesse bons benefícios, um lugar que entendesse que eu tenho família, amigos, que eu tenho uma vida além do ambiente de trabalho.

Ir para o lado do empresariado não ia rolar, afinal se eu quero fugir do escravismo profissional mascarado da atualidade, não daria certo eu ser empresária, eu teria que conviver com isso diariamente. Eu seria a maior escrava, diga-se de passagem.

Ir para o lado filantrópico também não rolava. Sou extremamente emotiva, fraca emocionalmente. Não posso com nada que me remeta à tristeza, á ausências, fraquezas. Sendo assim, sem chance nesse ramo também.

Só me restou o funcionalismo público. E eu então optei por isso.

E hoje vejo que o serviço público é viciante. Bons salários em geral, bons benefícios, horários tranquilos, sem pressões desumanas, sem infrações as normas trabalhistas. Era o que eu buscava e estou feliz. Pelo menos por enquanto é, sem dúvida, o melhor emprego que eu já tive, não tenho do que me queixar.

Vejo muita gente desmotivada no setor público, mas sinceramente, em vista da loucura que se vê ai fora, o setor público é sem dúvida uma opção gratificante e talvez a mais sóbria de todas.

Eu recomendo. Quem me conhece sabe: eu não jogo ninguém na fogueira. Se estou recomendando, é porque vale a pena.

Amigos, findo-me por aqui. Aquele abraço e até a semana que vem, se Deus quiser.

Ih, Falei!

10 de abr. de 2012

É uma urgência...

por Marco Nascimento


Chame a ambulância.

É sério.

É urgente.

Estamos todos doentes...

Sim, todos... chame muitas ambulâncias. Médicos. Enfermeiros.

Estamos carentes de amor. Sofrendo de rancor.

Estamos deixando de lado o amor para viver a vingança. O abraço foi substituído pelo desprezo. A preocupação foi substituída pela obrigação.

O que está acontecendo com os filhos que estão deixando seus pais doentes em casa, sozinhos, debilitados? O que está acontecendo com os pais que preferem a balada ao passar a noite ao lado dos filhos? São pais matando filhos. Filhos matando pais.

O que aconteceu com a educação no trânsito? Com a preocupação com os animais? Com a natureza...

Meu Deus!!! Estamos vivendo uma pandemia de falta de educação. De falta de respeito... de desumanização!

Médicos, pesquisadores, por favor, façam uma vacina contra isso!!!

Vamos acabar com este mal. Se não o mundo irá morrer, e ninguém vai ver...

Previna-se deste mal!

Abraços!

Ih, Falei!

4 de abr. de 2012

Uma escolha consciente

por Fabi Prado


Outro dia me peguei pensando em ter um novo cão. A morte da minha “gordinha” em maio passado me traumatizou totalmente. Além de ela ter partido relativamente rápido e sem dar aviso (apesar de sabermos que ela estava bem velhinha e debilitada), a morte dela acabou criando em mim certo receio de ter outro cão.

Mas como tudo passa, meu receio está passando devagar e eu sinto que logo estarei em busca de um novo cão.

Cachorro pra mim tem que ter essência, tem que ser companheiro, tem que ter afinidade. Não é a gente que o escolhe, é ele que nos escolhe.

E é por isso que sou contra comprar um cão, seja ele qual for. Comprar não é escolher, é comércio. É dar dinheiro para alguém que faz da reprodução canina o seu sustento, que faz de venda de filhotes o seu ganha-pão ou que simplesmente usa isso pra complementar sua renda.

Pensei inicialmente em adotar um cão, em ir até a casa de alguém que está doando filhotes ou ao Centro de Zoonoses e deixar que algum cão me escolha, deixar que algum peludinho olhe pra mim e veja em mim alguém que está a altura de ser seu dono, deixar que um cão me adote. Poxa vida, tanto cão abandonado precisando de amor, carinho, respeito ai de graça, esperando pra ter um lar e eu comprar um cão! Tem cabimento?

No entanto, provavelmente, levando em conta o custo-benefício, iremos morar inicialmente em apartamento e isso dificulta um pouco manter a minha linha de pensamento porque em apartamento não é qualquer cão que se adapta, não é qualquer cão que vive bem e um vira-lata, justamente por reunir temperamento, qualidades e defeitos de várias raças, pode não ser o cão ideal pra nós nesse momento.

Tem coisa mais chata que o seu vizinho de cima sair para trabalhar, ele e a esposa, e o cãozinho “legal” dele ficar latindo o dia todo porque não gosta de ficar sozinho? Pior ainda, já pensou você chegar do trabalho cansado, abrir a porta do seu apartamento e deparar-se com o seu sofá destruído por um cachorro insatisfeito com o pouco espaço que tem?

Cabe ao cão nos escolher e cabe a nós sermos escolhidos por ele, ensinarmos ele, educarmos ele, condicionarmos ele. No entanto, em certos casos, não resolve irmos contra a natureza porque a natureza costuma falar mais alto. Por isso é preciso de responsabilidade na hora que optamos por ter um cão em casa porque a natureza dele jamais será alterada. Pode até ser acalmada, mas mudada não.

Diante do exposto, acredito que teremos mesmo que comprar um cão próprio para apartamento, mesmo contrariados ou vamos optar pela espera até comprarmos uma casa porque ai morando em uma casa, tudo é mais fácil.

Qualquer cão se adapta facilmente a um belo quintal, seja de raça, seja vira-lata, essa é a verdade. No nosso caso, com espaço reduzido, se vier agora, nosso futuro mascote terá que ser escolhido por nós e não nós por ele.

Espero que a futura parceria dê bons resultados.

Volto a falar a respeito do meu novo amiguinho em breve. Aguardem.

Amigos, findo-me por aqui. Aquele abraço e até a semana que vem, se Deus quiser.

Ih, Falei!

3 de abr. de 2012

Um pedido especial!

por Marco Nascimento


Às 5 horas da manhã em ponto o celular tocava. Não era nenhuma ligação, era o despertador gritando que era hora de eu acordar. Levantava da cama. Escovava os dentes. Me trocava. Ao mesmo tempo em que tomava o café da manhã, aproveitava para ler o jornal.

Às 06:30 em ponto saia de casa. Neste horário meu filho, Fernando, já estava pronto e me esperava para levá-lo a escola. Mesmo aos 5 anos o garoto já acordava cedo e tinha uma rotina de adulto.

Enquanto eu passava o dia todo entre papeis, ligações e reuniões, meu pequeno estudava, fazia natação, inglês, informática, futebol, judô, dentre outras atividades que a escola oferecia e que eu sabia, pois havia assinado os papeis de sua participação no começo do ano.

No fim de sua rotina, Fernando voltava pra casa com Gabriela, sua mãe, minha esposa, pois eu ainda ficara trabalhando. E assim foi por dias e dias. Foi por anos e anos. Mesmo depois de o Fernando ter ido para a Universidade.

E quando ele passou para o ensino superior, a rotina dele mudou, a minha não. Era trabalho de segunda à sexta-feira. De manhã até a noite. Aos sábados me trancava no escritório de casa. Trabalhando. Aos domingos... ah, os domingos. Queria apenas descansar. Ele, apesar da correria da universidade tinha mais tempo livre do que eu.

Hoje me passaram todos estes anos pela cabeça. Assisti ao filme da minha vida, e pude perceber o quanto eu errei no roteiro. Agora que estou aqui, em uma cama de hospital, talvez próximo de meu último suspiro. Vejo como deixei a vida passar, quanto errei com Fernando, com Gabriela, comigo mesmo.

Por anos achei que meu filho seria feliz se eu pudesse dar a ele os brinquedos que pedia, as viagens para os lugares que queria, as festas temáticas que sonhava. Que para ser um bom rapaz precisaria estudar nas melhores escolas. Que precisaria saber lutar judô, nadar, falar inglês... esqueci que ele precisaria de um amigo pra conversar, de um torcedor, de um pai. De carinho...

Não me lembro do primeiro passo de meu filho. De vê-lo se vestir de super herói. De ajudá-lo com a tarefa da escola. De falar sobre a primeira namorada. De ir jogar futebol com ele.

Sei que está tarde para me arrepender de tudo que fiz. Mas não é tarde para te pedir uma coisa meu filho, talvez meu último pedido: perdoe-me.

Perdoe-me por ser tão egoísta e pensar que eu saberia te dar a felicidade, sem lhe perguntar como você queria ser feliz. Perdoe-me por te dar tudo, mas não o principal, atenção e carinho.

Perdoe-me!

Ih, Falei!