18 de jan. de 2012

Morrer de Amor

por Fabi Prado


Outro dia espantei-me ao abrir o jornal e ver uma nota de falecimento. A avó de uma amiga minha. O que mais me chamou a atenção é que o avô dessa mesma amiga, marido da avó, faleceu há pouco mais de um mês.

Antes, porém eu já tinha visto outro caso assim, em minha família por sinal. A mulher morreu em abril e o marido em agosto de determinado ano, espaço curtíssimo de tempo, e todos tem a mais absoluta certeza: ele morreu de solidão, de tristeza, de tédio... Literalmente, ele morreu de amor.

E no caso dos avós da minha amiga, pelo que eu conhecia dos dois, também posso apostar que ela morreu de amor.

Hoje em dia infelizmente não vemos mais um amor assim.

O amor hoje em dia é possessivo, sexual, fraco.

Hoje em dia ama-se ao outro como a um objeto. Se um resolver colocar um ponto final na relação, periga o outro ir lá e torturá-lo, assombrá-lo ou até mesmo ameaçar a alguém da família. E pior, quantas pessoas não pagam com a vida simplesmente por terminar uma relação sem sucesso? Isso não é amor, é posse.

Hoje em dia ama-se em cima da cama. O dia que acaba o “fogo da paixão”, acaba o amor.

O amor hoje em dia não resiste a uma simples briguinha banal ou a uma falta de dinheiro eventual, o amor hoje em dia sequer resiste a mais que uma ou duas estações.

Antigamente sim se amava de verdade. Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, com ou sem dinheiro, com ou sem conforto, o amor era bravo o bastante para sobreviver aos mais tortuosos caminhos.

Hoje vemos um bando de gente perdida, achando que ama, achando que é amada, achando que o amor supera tudo.

O amor verdadeiro sim supera tudo, pode tudo, mas não o amor possessivo e inerte que existe nos dias atuais.

Hoje, ao mesmo tempo que ama-se, já “desama-se”. Larga de um hoje e amanhã já está com outro e se bobear, depois de amanhã já está amando-se outro. Hoje as pessoas não sofrem por amor, elas simplesmente vingam-se. As pessoas deixam de amar com a rapidez de uma tsunami. Não se dedicam, não se esforçam pra se adaptar ao outro, afinal é mais fácil descartar e partir pra outra.

Temos ainda muito o que aprender com as gerações mais antigas, gerações que ainda hoje morrem por amor e nos deixam, ainda que com a sua morte, uma imensa e sensata lição de vida e de AMOR.

Amigos, findo-me por aqui. Aquele abraço e até a semana que vem, se Deus quiser.

Ih, Falei!

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