12 de out. de 2011

O adeus que eu não pude dar

por Fabi Prado


Algum dia no começo de fevereiro de 1999 eu o conheci...

Éramos estranhos. Aliás, todos ali na sala de aula éramos estranhos uns aos outros.

Primeiro dia de aula, faculdade, diferente de tudo que a maioria ali já tinha vivido. Um misto de ansiedade e medo tomava conta da gente.

Cada um que entrava se olhava, se cumprimentava timidamente, alguns arriscavam puxar um papo aqui, outro acolá...

Eis que entraram dois “japas”, irmãos por sinal, que claro, chamaram a atenção... Um deles principalmente pelo nome... Um nome próprio italianíssimo com sobrenome oriental. Acho que ninguém ali jamais tinha visto algo do tipo.

O tempo foi passando e fomos ficando amigos, formamos uma turma do fundão com meia dúzia de jovens futuros economistas e sonhadores. Ele namorou e casou com uma colega nossa de faculdade e adivinhem: Fui eu quem “arrumei” para os dois ficarem juntos pela primeira vez! Sugeri que ele fosse levá-la embora a pé, já que ela morava há poucas quadras da ITE. E no caminho, aconteceu!

E a amizade e o companheirismo só cresciam. As provas, trabalhos, as aulas, as cervejas, as aulas matadas pra ficarmos “jogando conversa fora”, os churrascos, as festas, a amizade...

Época plena que guardo com imensa saudade, uma doce e suave recordação eterna.

Na última quinta-feira, infelizmente uma notícia triste tomou conta de mim. Ao ler como de praxe, semanalmente, o obituário das Organizações Terra Branca, eis que li o seu nome... O nome italianíssimo com sobrenome oriental.

Eu não quis acreditar... Por um minuto me remeti ao primeiro dia de aula... O semblante sorridente, jovial e tranqüilo... Os papos pelos corredores da ITE, as cervejas, os churrascos, as provas e trabalhos, a espontaneidade, o otimismo, a vontade de viver...

Lembrei-me imediatamente de uma história que li certa vez sobre a morte de uma das irmãs do padre Fábio de Mello. Ela morreu de acidente e ele conta no texto que “se ele soubesse que ele nunca mais a veria, ele teria dado adeus a ela da última vez que a viu...”.

Meus olhos insistiram em chorar... Chorar um choro tão doloroso, tão indignado, tão triste que me deu até tremedeira na hora... Como ele poderia estar morto? O nosso querido amigo de convivência tão fraterna e agradável, e tão jovem! 30 anos... Meu Deus, quanta vida pela frente ainda lhe restava!

Procurei me informar sobre as causas com outros amigos da época da faculdade e encontrei ainda mais indignação pela surpresa de tamanha prematuridade em sua morte.

Fui deitar-me naquela noite com uma única certeza: Era cedo demais pra acontecer o que havia acontecido e depois de alguns instantes de revolta pura e mil questionamentos. Voltei á realidade e percebi que não devo julgar os desígnios do Pai por mais indignação que me tragam.

Meu travesseiro ficou molhado com as lágrimas, lágrimas justas, cheias de saudade e lembranças de uma pessoa que fez parte de uma época linda na minha vida e na vida de todos os meus colegas de ITE entre 1999 e 2003: A época da faculdade.

E é com lágrimas nos olhos que termino o meu texto de hoje, deixando aqui registrada a minha homenagem ao grande Dante Iwamoto, o único japonês com nome próprio italianíssimo que eu conheci na vida.

Meu grande colega de faculdade, amigo de sorriso fácil e despretensioso, fique em paz. Lamento muito a sua tão prematura ida.

Amigos, findo-me por aqui. Aquele abraço e até a semana que vem, se Deus quiser.

Ih, Falei!

2 comentários:

  1. soube hj...boa tarde, tive o prAzer de conhecer o Dante, Raquel e filha, uma pessoa adoravel, enfim.... estara vivo na memoria , tenho qe reconhcer Dante, foi bom te conhcer!!!

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  2. A Meu tio quanta saudade tenho de vc um cara que foi como um pai pra mim e que nunca vou esquecer. A Que saudade eu tenho do senhor daria de tudo pra ver o senho novamente.

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