7 de set. de 2010

Meu grito de Independência!

Nesta terça-feira, 07, é feriado no Brasil. O país comemora sua emancipação política de Portugal. Segundo os historiadores, foi em 07 de setembro de 1822 que as margens do riacho Ipiranga, atual cidade de São Paulo, o príncipe regente Dom Pedro declarou a independência do país, gritando: Independência ou Morte!.


A partir desta data o Brasil começou a escrever uma nova história.
 
Assim como D. Pedro, acredito que em nossa vida precisamos em alguns momentos dar nosso grito de independência e sair em buscas de novos desafios, deixando pra trás o que não está nos fazendo bem. Libertando-nos de algumas atitudes que não cabem mais com nossa maneira de pensar.

Para muitas pessoas pode ser apenas um período bobo da minha história, mas em setembro de 2007 pude dar meu grito de independência e ao mesmo tempo realizar um sonho. Decidi enfim buscar uma liberdade que não tinha.

Em casa sempre foi difícil sair para viajar sozinho, principalmente ir para outra cidade longe daqui. Eu moro em Bauru, no interior de São Paulo. Sempre era necessário ir com um outro alguém, mesmo eu já tendo mais de 18 anos. Isso porque meus pais são daquele tipo super preocupados e antes de pensar que só irão acontecer coisas boas, eles já pensam no que pode acontecer de errado.

- Ficar de madrugada na rua não é bom.

- Ir viajar para uma cidade grande desta é perigoso.

- Vai sozinho? E se acontecer alguma coisa no caminho?

Essas eram algumas das falas automaticamente ditas por eles no minuto seguinte ao falar que iria para algum lugar. Mesmo sabendo disso e que o primeiro desafio a enfrentar seria em casa, resolvi mudar e dar o grito que me libertaria para o mundo. Minha independência começou escondido de meus pais.

Depois de 17 anos juntos, Sandy e Junior resolveram se separar, e com isso a dupla que eu tanto gostava chegaria ao fim. Eu como fã dos irmãos, sempre tive o sonho de assistir a um show da dupla em uma casa de espetáculos na capital paulista. Vi que a oportunidade de realizar este desejo estava próximo do fim, já que no próximo ano eles não cantariam mais juntos. Fiquei louco.

O que fazer agora?

Como ir para São Paulo sozinho?

Com que dinheiro?

E a maior dúvida de todas: aonde fica o Via Funchal e como chego lá?

Minha cabeça pirou. Eram tantas perguntas para poucas respostas. Mas a coragem e a vontade de ir eram maiores do que tudo isso. Sendo assim, uma das coisas já estava resolvida: EU VOU!
 
Este “eu vou” foi o início do meu grito de independência. Depois vieram as próximas etapas. A primeira coisa que fiz foi comprar o ingresso para o show. Ainda sem saber como iria, comprei o tão sonhado “passaporte” para a minha liberdade. Até este momento ninguém sabia de nada ainda, mas eu estava com uma sensação de alívio, de liberdade.

No dia seguinte comentei com uma amiga:

- Mari, fiz uma loucura. Comprei o ingresso do show.

Ela fez uma cara de espanto e aquelas perguntas que eu já havia feito a mim mesmo, agra estavam de volta, mas por outra boca. Como ir para São Paulo sozinho? Com que dinheiro? Aonde fica o Via Funchal e como chegar lá? Só respondi que não tinha nenhuma destas respostas.

Depois de colocar a cabeça em ordem, comecei a me preocupar com os outros obstáculos. Verifiquei com uma tia que mora em São Paulo se poderia ficar na casa dela e com a maior cara de pau pedi pra ela verificar se a casa de show ficava muito longe da casa dela e qual, ou quais, meio de transporte teria que utilizar pra ir até lá. De resposta veio aquela que esperava: – Pode ficar aqui em casa e eu te levo de carro até lá.

Com mais uma etapa vencida, foi hora de comprar as passagens, meu cartão de crédito mais uma vez entrou em ação e pouco menos de um mês antes do show tudo já estava certo. Ingresso comprado, lugar para ficar, ida e volta para o show e passagens ok. Tudo certo. Só faltava falar em casa.

Aproveitei um momento de descontração e falei da viagem. Como em um filme, todos pararam de falar, mas o silêncio foi quebrado com aquelas mesmas perguntas que eu mesmo já havia feito a mim. Que depois foram feitas pela minha amiga. E agora pelos meus pais. Porém desta vez tinha todas as respostas, tudo pronto, e meu passo para a liberdade estava quase completo. Só faltava assistir ao show.

Enfim o dia 29 de setembro de 2007 chegou. Naquele dia iria realizar meu sonho de assistir Sandy e Junior ao vivo, em uma grande casa de espetáculo. Foi ali, no Via Funchal, que meu sonho estava sendo realizado, ao mesmo tempo em que meu coração estava triste pelo fim da dupla, porém muito feliz pela oportunidade e por estar dando o meu grito de Independência ou Morte!.

Quase três anos depois, vejo que fiz a melhor escolha e ainda sinto a liberdade conquistada naquela noite de sábado.

E você, quando dará seu grito de independência?

Abraço!

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