por Mariana Perez
Em 27 de Agosto de 1962, a lei 4119 regulamentou a profissão de Psicólogo no Brasil, estabelecendo critérios legais e civis para seu exercício.
Faz pouco mais de um século que Wilhelm Wundt foi o primeiro a encarar a Psicologia como ciência, no seu laboratório em Leipzig, na Alemanha. As idéias de Wundt, porém, não progrediram muito por estarem ainda muito ligadas ao fisiologismo. Entretanto, a partir de seu pioneirismo, muitas fundamentações teóricas se desenvolveram, como a psicanálise, o gestaltismo, o behaveourismo, a análise transacional, e mais modernamente a psicologia comportamental cognitiva. Embora cada escola aborde o ser humano conforme sua ótica, todas estão preocupadas com o estudo das angústias, conflito e equilíbrio emocional dos indivíduos.
Desde a regulamentação da profissão, há 46 anos, o dia 27 de Agosto passou a ser comemorado pelos profissionais da área, representando o compromisso dos psicólogos com uma sociedade mais justa, mais humana, igualitária e empenhada na qualidade de vida de todos os cidadãos, sem qualquer discriminação de classe, idade, sexo, orientação sexual, nível econômico, cor, etc.
No Brasil, a regulamentação foi, antes de tudo, uma vitória política, tendo em conta o antagonismo de outras profissões de saúde que se mantinham há séculos como detentoras de todos os saberes e práticas.
É evidente que a Psicologia e os psicólogos não têm todas as respostas para todos os problemas e angústias que oprimem os seres humanos em nosso tempo e nossa sociedade. No entanto, os profissionais de Psicologia têm muito a dar, sobretudo somando seus conhecimentos com os de áreas correlatas, como seria o ideal, trabalhando num contexto de interdisciplinaridade.
É preciso deixar claro que a Psicologia não é estudiosa apenas no campo da saúde. Seu campo de ação e práticas profissionais estendem-se a muitas outras áreas do conhecimento humano. Assim, há psicólogos atuando na área do Direito, com Psicologia Judiciária e Forense, psicólogos do esporte, psicólogos clínicos, comunitários e sociais. Isso, além dos diversos saberes que envolvem o campo das pesquisas, e contribuem para uma vivência social mais rica.
Sem se deixar envolver por políticas corporativas de quaisquer natureza, nem aceitando privilégios de nenhuma classe social, o psicólogo é, essencialmente, um profissional comprometido com a dignidade e os direitos dos cidadãos, enquanto trabalha sob os desígnios de um severo código de Ética profissional.
Ser psicólogo é, principalmente, ser pesquisador, estudioso e pensador, um cientista do comportamento humano, que situa-se entre a teoria e a intuição. Muito tivemos a comemorar nesse 27 de Agosto, mas também muito há que ser refletido e pensado a respeito de nossa atuação profissional, independente da área em que ela se dê. Há muito com que se preocupar no dia a dia, há muita luta, ainda, pela garantia também de nossos direitos, enquanto seres humanos que somos também.
Um final de semana iluminado ♥
Ih, Falei!