por Fabi Prado
Definitivamente na semana passada tive a mais absoluta certeza que eu não nasci para morar numa grande cidade dessas estilo São Paulo.
Lá eu sou o verdadeiro peixe fora d’água. Não sou nem um pouco citadina, por Deus.
Os cinco dias que estive lá, para realizar um curso a serviço, me senti como se estivesse rumo à forca. E a viagem de ida então? Nossa, eu estava indo literalmente para o caldeirão para ser cozida e comida por uma tribo de canibais... Juro que eu estava!
Não gosto do cheiro, não gosto do lugar, não me sinto a vontade, fico amargurada, cansada, estressada... Amigos, é literalmente um terror pra mim tal situação.
E não pensem que me sinto assim porque estou indo a trabalho porque não tem nada a ver. Quando vou a passeio, e olha que já fui muito a passeio pra lá, é a mesma cruel e terrível sensação.
E sempre foi assim. Lembro que desde criança nunca fui a mais metropolitana das criaturas.
Gosto mesmo é do interior. Cidades mais passíveis de ter-se uma vida tranqüila, trânsito “não tão intenso”, caminhos mais curtos, ar um pouco mais “respirável”, pessoas mais dadas, menores preços, melhor qualidade de vida, indubitavelmente.
Gosto de acordar com o cantar dos pássaros que dormem no pé de romã que minha mãe tem no fundo de casa cantando todas as manhãs; gosto de ouvir o latido dos cães da vizinhança quando as crianças andam de skate na rua; gosto de dormir com a janela entreaberta, mesmo morando numa residência térrea; gosto de andar com o vidro do carro entreaberto para formar corrente de ar e sentir o vento batendo em meu rosto; gosto do entardecer, as pessoas nas calçadas, lavando-as ou simplesmente batendo um papo com um vizinho; gosto das praças cheias de crianças brincando e cachorros passeando orgulhosos com seus donos; gosto de mercados mais vazios, de bares mais vazios, de farmácias mais vazias; gosto de gastar pouco tempo pra ir de um ponto a outro da cidade, mesmo que seja distante...
Definitivamente eu nasci para o interior. Não à toa a migração para o interior do país nos últimos anos tem crescido substancialmente. Eu entendo. A fuga das metrópoles é o primeiro sintoma de que a qualidade de vida é cada dia mais importante para as pessoas e não apenas o melhor emprego, o status, a variedade que uma grande cidade oferece.
Hoje em dia valoriza-se o sossego, o tempo e a essencialidade de viver bem.
E pra mim, particularmente, não há dinheiro que pague a vida do interior. Ainda que com a sua violência em ascensão, ainda que com o seu custo de vida em ascensão, ainda que algumas cidades do interior estejam em pleno crescimento, rumo a serem metrópoles um dia, prá mim ainda não há nada melhor que a vida “caipira”, sou capaz de apostar!
Amigos, findo-me por aqui. Aquele abraço e até a semana que vem, se Deus quiser.
Ih, Falei!
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